segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Resenha: Admirável Mundo Novo

    Hallo!

    Hora da resenha do livro escolhido para cumprir a tarefa de novembro do Desafio Literário 2013, esse mês o tema é livros que já foram banidos. Minha escolha foi Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, uma das grandes distopias escritas no século XX.




    Título: Admirável Mundo Novo
    Autor: Aldous Huxley
    Editora: Editora Globo
     Formato: paperback
    Qde páginas: 242
    Idioma: português






Resenha:

    Como seria viver numa sociedade onde cada indivíduo fosse selecionado e condicionado para exercer e gostar de uma função específica?
    Será que o sistema de castas funcionaria se ele fosse determinado não só por em que posição social você nasce, mas sim por uma seleção embrionária e manipulação gestacional (de nutrientes e hormônios)?
    Afinal, se você e eu fôssemos moldados desde o ventre, mecânico nesse caso, para sermos e pensarmos de uma certa maneira, nós não encontraríamos realização e até felicidade na nossa vida direcionada e sem distúrbios?

    Em Admirável Mundo Novo, Huxley descreve uma sociedade a primeira vista utópica, mas que em sua perfeição e sincronia enxergamos a distopia. Uma sociedade onde os laços familiares e o amor não são aceitos, onde as pessoas são criadas e educadas numa produção em série e em massa, digna de linha de fábrica, mas afinal, essa sociedade tem em Ford seu idealizador máximo.
    O amor foi banido, pois esse sentimento é considerado causador de discórdia e angústia. Se é por causa dele que sentimos ciúmes e possessão, se por ele nos tornar vulneráveis podemos nos entristecer ou fazer loucuras, seria então melhor viver livre dessa fonte de instabilidade. Afinal, a estabilidade social é o fator mais importante desse mundo.
    Mas não é só o apego as pessoas que é desencorajado, o desapego ao material é incentivado, pois é o consumismo que sustenta a indústria e a cadeia produtiva e de geração de renda da sociedade, numa produção incessante de bens descartáveis usando mão de obra condicionada e consumidora.
    E, quando o vazio ameaça a alma, ou o tempo livre estimula o vaguear inquietante da mente, basta tomar uma grama de soma, a droga se uso liberado e incentivado.
"Todas as vantagens do Cristianismo e do álcool; nenhum dos seus inconvenientes." - pag.54
    Todavia, nada é tão perfeito, e a história se desenrola enquanto acompanhamos Bernard Marx, um Alfa-Mais que não consegue partilhar da alienação e abandono característicos de sua sociedade, ansiando por algo a mais e se angustiando por não o conseguir.
    É através de Marx que vislumbramos porque e como essa comunidade foi montada e é mantida. O contraste e a semelhança com a nossa própria sociedade é muitas vezes chocante.
    O texto tem horas que é bem cru, porém é cheio de referências históricas e literárias, e com o avanço do enredo a leitura vai ficando angustiante, pelo menos ficou para mim.
    É um livro que tem ser lido e relido, que contêm muitos questionamentos, críticas e algumas passagens de abrir os olhos para a vida que levamos. Não é a toa que ele chegou a ser banido durante um tempo.


Avaliação: 4,5 livros!
 



    Se você ainda não leu, pode acrescentá-lo a sua lista de futuras leituras!

    Ha det bra!!

Um comentário: