domingo, 12 de outubro de 2014

Resenha: Prelude to Foundation

    God Morgen! Bom dia!

    Como contei na segunda passada, comecei a ler/reler a série da Fundação, de Isaac Asimov. E hoje vim contar o que achei do primeiro livro.

    Vamos as minhas impressões de Prelude to Foundation?!




Série: Fundação - prequel 1
 Autor: Isaac Asimov
Editora: Bantam Spectra Books 
Formato da edição: paperback
Qde páginas: 434

  Desafios: Seriously Series Reading Challenge 2014 (series started in 2014)
2014 Science Fiction Reading Challenge 


Sinopse:

"O ano é 12.020 G.E. e o imperador Cleon I senta preocupado no trono Imperial em Trantor. A capital do império Galáctico abriga 40 bilhões de pessoas, uma civilização que possui tecnologias inimagináveis e uma cultura por demais complexa. Contudo, Cleon sabe que existem os que o querem ver cair - aqueles que ele destruiria se ele pudesse ler o futuro.
Hari Seldon vai a Trantor para apresentar seu trabalho sobre a Psico-história, sua incrível teoria sobre a predição do futuro. Pouco sabe este jovem matemático do Mundo Exterior o quanto ele já selou o seu próprio destino e o destino da humanidade. Pois Hari possui o poder profético que o torna o homem mais desejado do Império... o homem que possui a chave para o futuro - um poder apocalíptico que será para sempre conhecido como Fundação."


Enredo:

    O enredo deste livro pode ser resumido em uma jornada pela qual nosso personagem principal, Hari Seldon, embarca inadvertidamente ao apresentar suas pesquisas matemáticas sobre o que ele chama de psico-história, uma ferramenta matemática que se usada com os parâmetros e leis corretas poderia produzir como resultado uma análise estatística dos possíveis resultados que atitudes e ações de hoje possam ter no futuro da humanidade. Algo como predizer matematicamente as possibilidades do futuro.
    Como Hari mesmo coloca logo ao ser questionado se ele pode prever o futuro, o que ele conseguiu fazer foi provar que a psico-história é matematicamente possível, mas daí a ser prática e utilizável é bem diferente. O problema é que essa interpretação precipitada de que a psico-história é uma forma de prever o futuro, torna Hari um homem desejado por várias forças políticas.
    O atual imperador, Cleon I, o quer para produzir uma profecia que mantenha sua linhagem no poder por muitos anos, seus adversários políticos desejam uma profecia contrária a essa, e a figura do primeiro ministro do império está disposto a inutilizar essa ciência, ao custo que tiver, se ela não servir ao imperador.

"But they (people) believe in such things. Therefore, it doesn't matter whether the forecast of the future is true or not. If a mathematician should predict a long and happy reign for me, a time of peace and prosperity for the Empire - Eh, would that not be well?." - pág. 5 

    Com medo de ser controlado pelo imperador, mesmo que a distância, Hari parte em busca de um lugar seguro para poder pesquisar melhor e deduzir se a psico-história tem chances de ser uma ferramenta prática.
    Ajudado e incentivado por Hummin, Hari tenta se esquivar nas garras do império ao mesmo tempo que busca por informações que vão se mostrando antigas e difíceis de se conseguir.

"Hari Seldon remained uncomfortably silent for a while after Hummin's quiet statement. He shrank within himself in sudden recognition of his own deficiencies.
He had invented a new science: psychohistory. He had extended the laws of probability in a very subtle manner to take into account new complexities and uncertainties and had ended up with elegant equations in innumerable unknowns. - Possibly an infinite number; he couldn't tell.
But it was a mathematical game and nothing more.
He had psychohistory - or at least the basis of psychohistory - but only as a mathematical curiosity. Where was the historical knowledge that could perhaps give some meaning to the empty equations?
He had none (...)." - pág. 49


Minhas impressões:

    Tenho que começar contando que eu não comecei essa leitura com olhos imparciais. Os três livros originais de Fundação foram uns dos primeiros livros de ficção científica que li a muitos anos atrás, e ao longo do tempo Asimov veio consolidando-se como o meu autor preferido. Eu gosto muito dos textos dele, sua prosa pode não se igualar a de grandes romancistas, no entanto suas ideias e personagens instigam minha mente, tanto no aspecto da fantasia, quanto da lógica.
    Não posso então dizer o que um leitor novato aos textos de Asimov acharia deste livro, se ele entenderia e apreciaria os detalhes e informações que ele apresenta sobre o passado de um personagem e de uma ciência tão importantes para os livros subsequentes da série. Creio que não recomendaria Prelude to Foundation como a primeira leitura desse autor, mas acredito que este livro possui qualidades suficiente para deixar o leitor curioso com o restante da obra desse mestre da ficção científica.
    Com isso esclarecido posso tentar descrever um pouco do que achei do livro.

    Mais do que ficção científica, esse livro tem um quê de thriller, e essa mistura o torna bem interessante. Na tentativa de ficar livre das garras do império enquanto trabalha mais em sua teoria da psico-história, Hari Seldon acaba virando um "fugitivo". Ele não é perseguido oficialmente, mas a semente da dúvida de se ele está mesmo seguro foi plantada em sua mente e isso acaba influenciando algumas de suas decisões. Só que mais do que a insegurança, sua mente clama por saciar sua curiosidade - será que existe algum jeito dele adquirir conhecimento suficiente para poder tornar prática sua nova teoria? E a curiosidade é algo que logra seu detentor, sua recompensa final pode ser incrível, mas ela tem a tendência me colocar o curioso em posições de risco.

    Assim, ao acompanharmos Hari nessa jornada, buscando por segurança e informações nem sempre facilmente disponíveis vamos conhecendo o mundo e a sociedade de Trantor, segmentada e tão cheia de particularidades. Como em As Cavernas de Aço, a tecnologia futurística aqui não é a atração principal, mas sim permeia toda a estrutura da sociedade e vamos tendo vislumbre, maiores ou menores, de vários artefatos, descobertas e aplicações dignas de um bom livro de ficção científica.

"(...) I told you this is not your ordinary airjet. The wings are thoroughly computerized. They change their length, width, curvature, and overall shape to match the speed of the jet, the speed and direction of the wind, the temperature, and half a dozen other variables. (...)." - pág. 161

    Hari vai evoluindo de sagaz matemático e ingênuo cidadão para um perspicaz observador e entusiasta de história. No caminho ele conta com a ajuda de alguns bons personagens, como a leal Dors Venabili, o misterioso e cheio de recursos Chetter Hummin e o esperto Raych,  e encontra rapidamente com outros. É interessante notar que Asimov dá a praticamente todos os seus personagens um papel importante a ser desempenhado na história. Por menor que esse papel seja todos tem uma função. 

    Com uma escrita fluente, personagens bons e importantes, conjecturas sobre tecnologias avançadas, tiradas inteligentes e um ritmo de narrativa gostosa, não precisei usar meu lado super fã para ficar totalmente envolvida com a história. Prelude to Foundation é com certeza uma boa adição e um bom prelúdio para a série Fundação.

"Davan, listening intently, said, 'I'm aware of that. We all are. Perhaps we can learn from the past and know better what to avoid. Besides, the tyranny that now exists is actual. That which may exist in the future is merely potential. If we are always to draw back from change with the thought that the change may be worse, then there is no hope at all of ever escaping injustice." - pág. 342


    Minha Avaliação: 4,5 livros


    Ha det bra!!

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